O Caminho






Deitado no leito, no meio de lençóis amarfanhados, enclausurei meu sonho.
Um modo de sentir que estou aqui.
Vivo, mas as ideias turvam a realidade que recuso olhar.
Nunca escolhi o meu caminho, foram os outros!
Ou…trilhei um qualquer mau rasto no delírio da emancipação,
Num devaneio que, hoje e agora, se faz pagar caro.
No desassossego do sonho vislumbro teus olhos incertos,
Lá longe, sem volta,
Levados pela brisa morna destes dias de inverno antecipado.
As nuvens toldam os pequenos nadas que incomodam,
Picadas sem som, sofridas, empurradas, doridas,
Que não dão a benesse do sorriso daquela face emotiva que coloria a minha vida.
Em tempos houve uma alma própria,
Não alheia, minha, com desejos.
Uma brisa matinal que fantasiava o dia futuro com rosas vermelhas.
Hoje, minha alma está sempre em fuga.
(Out 2015)


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