Em plena madrugada






A garota de Ipanema, esbelta, graciosa, dança para o seu amante,
Como diz a canção.
Um vagabundo, no seu passo ondulante, suporta em seus ombros
O peso da desilusão.
Nas quentes areias de África, miúdos brincam em gestos marcantes,
Que de Sida morrerão.
Na esquina da cidade, um casal procura carinhos esfuziantes,
Esvaindo sua sofreguidão.
Eu, num quarto de hotel, olhando a rua deserta, no peso da insónia busco,
Penetrante,
Um sentido para a minha solidão!

(Abr 2002)

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