Sinopse de "A Praça das Vaidades"
Um
novo governo foi empossado. De cariz político mais de esquerda.
Há
ânimos exaltados, em todos os setores, da direita, ao centro e da
esquerda. A solução de governo criou anticorpos. A maioria
legislativa impôs-se no diálogo democrático, onde os decisores
políticos, de mãos mais fechadas, podem decidir à sua vontade. Até
atingir a arrogância governativa. Os primeiros sinais vão nesse
sentido. Talvez esteja em causa um modo de fazer política, uma
maneira de governar. Legitima, mas, se fraudulenta, pode criar outro
tipo de anticorpos, agora, de cariz mais sectário.
Perante
o atual cenário político de euforia, de uma maioria legislativa
claramente ganhadora, mas, também, eventualmente castradora - porque
os casos arquivados, por falta de provas concretas, estavam na esfera
do poder agora legitimado - a máquina inquisitiva foi trabalhando no
patamar dos limbos esquecidos. Foi o tempo das escutas, das análises
aprofundadas nos leitos escorregadios; das bocas ditas à porta
fechada; das pistas que o não eram, mas donde saltavam laivos
superficiais. O tempo da consciencialização da Justiça, que tudo
deveria ser feito para atacar os podres da sociedade, numa resposta à
arrogância.
Logo,
o tempo dos espiões saltarem os muros... escondidos.
Vão-se
encontrando documentos que levam a outros, alguém que disse que
ouvira ali e, depois, aconteceu algo acolá. Pistas promissoras que
nada deram. Indícios que não desapareciam e, portanto, se guardavam
nas gavetas, mareando no que parecia ser o esquecimento. Um contacto
prometedor que afinal o não fora, mas... alguém o demonstrou como
verdadeiro, em meses mais adiante. Calcorrearam-se pistas indeléveis,
da frente para trás, de trás para a frente e as esperanças
renasceram em provas que estavam... quase aparecendo. As gavetas
abrem-se, comparam-se documentos... afinal isto tem nexo!!!
E
é assim que se constroem castelos, uns que se esboroam e outros que
se cimentam. Meses e, por vezes, anos de trabalho profícuo,
sistemático, que... no final, dão as deixas desejadas para se
escrever uma acusação séria, num quadro compreensível.
O Homem é um bicho
de múltiplas cabeças, demoníaco no pensamento, decisivo na prática
de atos corruptos, sem aquilatar o mal que as suas nefastas ações
provocam nos seus vizinhos, nos seus eleitores, dos seus concidadãos
e, claro, a si próprios.
O
Mundo está cheio de gente assim. Há que expurgá-lo, encontrar leis
justas que os reprima, mas não tiranize a maioria: os que trabalham
de sol a sol, ou em horas mais inteligentes, mas também cansativas.
Que aplicam o tempo de fazer, fazendo; o do lazer, descansando; o do
saber, estudando.
A
Vida vive-se, sonha-se, acontece e é, definitivamente, uma
loucura bonita, um prémio sem ânsias, um intervalo saboroso.
Como
Salomão disse: "Entendei
ó simples a prudência; e vós, néscios, entendei a sabedoria."
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