Coragem! Estarei sempre contigo!

Sei que não morreste e estás aqui comigo,
Sei que encontrarás sempre solução
Para não partir, e repousarás tua cabeça
Em meu peito junto do meu coração
... Mas não te vejo!
Teu amor não mente porque sempre existiu,
Mais de que em mim mesmo, confio em ti.
Sou humilde na espera e considero tua ausência
Apenas a parte da vida em que enlouqueci
... Mas não te vejo!
Sonho todos os dias que contigo construo
A memória, a lembrança do próprio sonho.
Mas estou deixando de confiar
Pois só vislumbro loucura no que proponho
... Pois não te vejo!
Sorrio para ti todos dias, todas horas mesmo,
Doces palavras em lágrimas embrulhadas envio.
Nunca de ti desistirei. Será utopia?
Não! És o meu tesouro! E podes voltar! Eu sei!
... Mas ainda não te vejo!
Não calculas o ciúme que nutro por quem te tem.
Cada dia começo com esperança, depois raiva,
No fim uma profunda desilusão.
É agora que aceito a morte.
Venha ela!
... Mas fico de olhos abertos
pois quem vai chegar sou eu e, então,
Exclamarei:
JÁ TE VEJO!

(Mai 2006)
(IV Antologia de Poesia Portuguesa – Círculo de Leitores 2013)

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