A Languidez da Saudade

O caminho é medonho.
Tenho medo de cair,
do desvio da estrada, da floresta que me envolve,
das surpresas que me esperam.
Desespero porque sou ninguém
- lá atrás deixaram-me à deriva -
sem norte e, sobretudo, confuso e fraco.
E não reagi! Aceitei.
Não porque a consciência o ditasse,
ela nada me sussurrou.
Há tanto tempo que sofre
de uma morbidez entranhada.
Apenas me deixa caminhar, sem sentido
- mas terrivelmente consciente –
no limbo da languidez dos músculos
que se contraem por cada passo mal conseguido.
Em toda a minha vida
só existiram caminhos encontrados no abandono.
Caminhos sinuosos,
linhas escritas,
mas nunca imaginadas
na loucura da procura do sentido da vida.

(Mai 2016)

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