A estação de comboios



Vem ter comido hoje ao comboio das 20.

Não deixes que a tua doença te impeça a felicidade
Ela é por demais o expoente do desejo
para que a deixes só no canto dos sonhos.

Eu estarei lá aguardando numa ansiedade tremenda
pois conheço as tuas dúvidas.

Não penses, meu Amor! Os anjos têm asas!

Apoia-te apenas no teu desejo de fuga,
mesmo que ilusória,
mesmo que à tua frente vejas uma barreira intransponível.

O Céu será o teu limite, o ponto de encontro certo.

Daí

vê-se o mundo a nossos pés,
sem maldade ou egoísmo,
só a beleza do etérium.

Então seremos felizes,
eu e tu, juntos,
de mão dada como naquele dia,
em Paris,
naquele imenso parque que o inverno transformara em diáfono na sua névoa branca.
Aí,

abraçados,

juramos que seriamos um do outro para toda a vida,
longa porque nos amávamos,
justa porque almejávamos a benesse de Deus.

Esquece a tua doença e voa,
corre para meus braços.

Espero-te
na estação de comboios das 20.

Estarei lá, indefinidamente, aguardando por Ti.

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