Recordações



Lembro o dia em que nos deitamos na tua cama com a certeza que era a primeira noite em que descansávamos nossos corpos suados, como fosse o primeiro após a selagem da nossa vida a dois.
O dia seguinte era Sábado.
Saímos de casa, de mão dada, gozando a nossa lua-de-mel.
O fim-de-semana era nosso, sozinhos no nosso mundo.
Descemos à rua e fomos tomar o pequeno-almoço na pastelaria. Senti o teu estremeço quando me apresentaste. A tua felicidade era visível. A minha só (?) transbordava.
Hoje, 36 anos depois, ao escrever estas linhas, meu coração rejubila.
Aliás, como naquela manhã.
Num sentimento que expulsa toda a tristeza da tua não-presença de hoje, aqui e agora, a meu lado. Não na cama, alheada do mundo.
Estou feliz pela recordação. Éramos marido e mulher.
Unos, ligados para tudo o que viesse, feitos de uma determinação poderosa: o mundo seria nosso apenas… porque nos amávamos.
Que bom recordar…

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