A ilusão feita esperança



Imensas lembranças me roem
desta vida que rola nestas cidades antigas.
Eu que estou preso no leito do meu rio
Longe das vossas chuvas loucas que resfriam.

Como vós sois belas, minhas filhas,
Como vós sois esbeltos, meus rapazes.

Deixei de apascentar meu rebanho
Quais esferas de prata de meu encanto.
Levar-vos destas margens coalhadas
Seria como cantar nas barcas da ilusão.

Mas antes que a maldição me cubra
Aterrarei meus ossos
Nesta cidade que canta luzes
Na procura da matilha que para trás deixei.

Que não me reste sinal de hesitação
que vosso forte treparei.
E lá, cantarei os alaúdes,
rasgarei o nevoeiro do silencio.
E estremecendo de alegria
Com lágrimas a lápide descerrarei,
Juntos nas virtudes da união
…Viverei.
(Abr 2015)

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