A Saudade
Compreendo a
saudade, os sonhos inacabados,
a infância
deixada para trás,
a fé dos homens
destroçada.
Compreendo o
melancólico deserto,
onde os animais
vagueiam seu espaço,
os lagos ricos de
beleza,
as palmeiras
esvoaçando,
o esplendor da
selva amada.
Aceito a
incapacidade dos homens para fazer melhor,
a profunda
tristeza do abandono,
o duradouro
afastamento da terra natal.
Aceito o outro
lado do tempo,
porque ele é,
tantas vezes, a paz,
o descanso do pensamento,
o sabor doce do
traço do destino,
esse encanto
fatal.
Mas, ninguém nos
pode tirar a angústia,
o azedume do
sabor amargo da desilusão
deixada lá, no
outro lado do tempo,
onde os homens
espalharam sua maldade.
O esforço e a
coragem daqueles que vivem hoje,
a ausencia das
paisagens que amaram,
transportam, de
facto, poemas inacabados
que não mais
voltam
mas nos dão a
mais preciosa dádiva desta vida:
a Saudade!
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