As Harpas da noite





Na noite molhada
procuro a frescura da ilusão.
Lembro teus olhos palpitantes
onde via sorrisos de ironia.
Hoje procuro as giestas iluminadas
e só encontro silencio compacto
feito de solidão.

Na confusão dos órgãos
do enigma feminino
busco resquícios de violinos.
Na sufocação veloz que enfrentas
não há estrela que brilhe.
Só encontro rosas tenebrosas
e pétalas tremendo
na obscuridade.

A harpa das sombras
difunde o peso dos espantos.
Na noite côncava
teu signo se vai embebendo.
Tua idade de ouro
esvai-se no fundo
da existência.
A mulher virgem de ontem
já não vela a noite.
 





                                                                                                                                                             

Comentários

Postagens mais visitadas