Novo livro concluido e encaixado na gaveta das excentricidades. O PREAMBULO

A grande maioria dos escritos sobre a questão religiosa no mundo, e há muitos, focam-se na transformação politica que as memórias enraizadas sempre condicionam.
Os acontecimentos históricos da era pós-Cristo são vastos, o cristianismo impôs-se ao poder, distribuiu privilégios, mas teve de pagar um preço: O credo prescrito pela realeza romana como condição de sobrevivência da ideologia religiosa.
Estava-se em 213 d.c..
A sua expansão apoiada na casa imperial foi feita através da repressão de quem ameaçasse o ideal evangélico. Pregava-se amor com ódio e morte.
A pluralidade religiosa do Império Romano era vasta e exigiu comportamentos inflexíveis e violentos. Os acossados foram os pagãos, os hereges e os judeus.
Foi o tempo da intolerância religiosa, em que a doutrina de Cristo fundada na liberdade de pensamento, valores e comportamentos, derivou num mundo sem lugar para opiniões discordantes.
E a pena menor era a expulsão do país. A norma, o fim da vida.
Estava-se na era de Constantino.
Os séculos seguintes mostraram o ódio disseminado a eito, com a determinação das elites religiosas católicas em banir por todos os meios – incluindo os inadmissíveis – qualquer actividade religiosa que não fosse a sua.
Manteve-se, assim, a pregação do ódio, alimentando-o com mais ódio.
Este livro, centrado no Século XX, mostra que esse ódio acompanhou o Homem na sua evolução humana, entranhando-se definitivamente na sua génese.
Uma história de duas famílias alemãs fugidas ao terror de Hitler que escolheram Portugal como refúgio. Só que o Portugal de 1936 não era porto seguro para ninguém. E, muito menos, para judeus.
É, também, o deambular pela espiral de evolução da Europa e do Mundo Ocidental e da Mesa da Fartura sobre a qual o Ocidente se debruçou e comeu desmedidamente.
Hoje, como no passado recente e longínquo, esse Homem, quando ascende a cargos de poder – não só políticos, mas esses fundamentalmente – nas suas decisões, deixa-se condicionar a esse ódio genético e torna-se num animal-monstro aureolado de bondade.
Mas esse animal-monstro também sabe Amar.
A contradição humana de sempre.



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