Um poetinha!


Meu Pai um dom me deixou,
mas pequenino dom se tratou,
Em quanto ele um poeta era
eu, isso, só aparento ser.

E se o sou,
triste, esquivo até e provinciano sou,
mas contra a solidão luto,
defendo a verdade como um meio
de justiça e sem truques de inveja,
mas minha angustia odeio.

Não sou um vendilhão do templo
na religião procurando
a dignidade ofendida justificar.
Quero que a vida renasça,
que a poesia grite
que o mundo já não é podre,
nem perverso e caótico!
Quero que a poesia clame
que no mundo lugar para todos existe,
que o esforço dos homens
abre caminhos
e conquista o direito ao silencio,
à paz, à livre consciência.
Quero que a poesia ofereça
a tranquilidade do colo de uma mãe
quando, em seus braços,
o filho repouse a sua inocência!

Eu sou, assim,
um poetinha,
um provinciano,
utópico,
idealista...
... que já não se usa!

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