Minha filha mais pequena, última flor semeada no crepúsculo dos dias de amor,
Escuta
a chuva caindo na sombra das estações,
sente
as vozes que te rodeiam,
procura
em ti os pensamentos inocentes que fogem entre os teus dedos doces
mas,
por
vezes, apavorados.
Escuta
a água que cai na amarga beleza destes dias de inverno,
sente
as flores que brotam nos gestos de chuva no meio do nada,
procura
na violência da solidão dessas cidades femininas o encanto das
flores hipnotizadas.
Quero
ver as tuas asas de gelo sucumbirem nas ondas ardentes,
em
teus pés dançantes de estranha leveza.
Quero
sentir atravessares as grandes portas da aurora,
deixando
em tua memória o gelo virgem da terra,
armando
teus dedos com o fogo da vitória.
A
infância já foi uma visão hipnótica,
uma
musa devoradora de sentimentos,
agora,
em
teu vocabulário alarmante busca a matéria que te queima nos lugares
reticentes do teu mundo.
Deixa
crescer o fogo que há em ti,
como
pedra turquesa.
Clama
do teu interior uma canção que seja símbolo ardente do teu
inconformismo de hábitos feitos em gestos de dedos espalhados pela
calçada da vida.
Hoje,
dia de compromisso, momento de estrelas
no
pensamento, sente-te amada indefinidamente,
por
ele, que te cercou com suas mãos hábeis,
sonha
alto, acorda todos os dias na fogueira da paixão.
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