Meu filho mais novo, a quinta flor e segundo homem semeado.



Quero ser parceiro da tua ansiedade,
perscrutar o horizonte dos teus pensamentos,
se aceitares perder no caminho da busca a timidez da descoberta.
Posso ser a hélice dos teus ventos
que remam contra profecias,
atirando pedras contra janelas sem vidros,
imitando o céu no crepúsculo do dia,
de luz intensa prometedora,
cúmplice de desejos,
mas vazio de palavras.
Precisas que os caçadores do arco-íris
desbravem tua vontade só de sonho vivido,
e que no fim da linha encontres a tua definição de vida,
fora do azul e do negro.
Salta com a tua espada em riste
para o palco da arena onde tudo se mede,
tudo se conta em sombras
que desaparecem entre os dedos.
Deixa que uma procissão de cantores loucos
se atravessem na aridez das vozes do abismo
e te conduzam
onde,
fora do programa combinado,
te consagrem a estocada certa
como de cornos de touro,
a vida se tratasse!

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