Como viver depois da vida ter passado por nós!
Ainda
quero decidir
quais
os últimos passos da minha vida.
Últimos?
Claro, há-de haver os últimos!
Mas
o tempo é “indimensional”.
Não
são os dias, os meses ou os anos
que
o determinam,
mas
sim os segundos e os minutos de qualidade
que
se vivem.
Logo,
busco
qualidade de vida.
O
que é intemporal.
“Depois
do que amei já posso partir”.
Não!
São
só letras buscando ritual aos sentimentos,
chuva
tropeçando nas pedras da obscuridade,
violinos
acendendo candeeiro sem chama.
São
a promiscuidade dos afectos,
a
mágoa da perda,
a
sensação do vazio,
o
desígnio da inconstância.
Eu
não quero partir.
Quero
ficar,
lembrando
os momentos que amei.
Revivê-los,
num
ritual louco,
fazendo
tombar os ramos da noite,
chamando
meu trenó de gelo
onde
as flores ressurgem,
desdobrando
a abóbada celeste
pela
força das vagas
ou
pelos lírios brancos
que
repousam no regaço da musa perdida.
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