O Fogo que armazenamos dentro de nós (!?)
Uma
das conferencias, a que muito gostaria de ter assistido, deu-nos a conhecer um outro ponto do problema em
análise, o “fogo” que o ser humano armazena dentro de si, que
dá a sabedoria, o poder, a luz, o calor. Uma
energia que o conduz ao caminho espiritual ou à ambição. Mas esta
última, destrói e engana. O fogo traz a força, o coração a
temperança. O fundamento de uma vida deve estar sempre alicerçado
nas verdades profundas que só os criadores espirituais transmitem.
E, com isso, alcançamos a luz.
Esta a verdade da
Tradição Espiritual. Um conceito que nos leva ao diálogo com os
criadores, os deuses do Invisível. Como o Arco Íris, uma luz branca
que a água das nuvens faz abrir em muitas cores.
O Invisível não
será o Grande Mistério, a origem dos povos, dos animais, das
plantas?
Nascer e crescer,
ser alegre e ter o prazer da dança, tem origem no fogo que há em
nós. Mas o fogo é calor que pode queimar e, então, o homem vira
ambição.
O mundo moderno
esqueceu-se dessa lei do Invisível e virou jibóia que tudo devora
sem parar, nunca satisfeita e que um dia implode.
O mundo moderno tem
muito a ver com o mentalidade que há cinco séculos levou os
Ocidentais a explorar os mares e os continentes, apesar de
acompanhados por missionários católicos, espalharam a visão
materialista e desespiritualizada aos povos indígenas.
Muitas leis se
quebraram e o poder espiritual foi-se perdendo. Uma tendência
visível nos ciclos cósmicos, onde a luz e o poder se atenuam, as
tradições desaparecem e o fim do mundo começa a ser possível
imaginar-se.
A destruição da
Natureza é o resultados da ambição que se espalhou.
Diz a tradição
hindu que estamos na quarta e última etapa do ciclo cósmico, a
Idade Escura. A espiritualidade desapareceu e o tempo corre cada vez
mais depressa.
O caminho para o
equilíbrio está na purificação da mente, na virtude e na
sabedoria.
As leis espirituais
do Cristianismo foram esquecidas, os valores cristãos abandonados.
Perdeu-se o respeito e a amizade. A ambição material foi contra o
exemplo de Cristo. A religião dos colonizadores enfraqueceu, riqueza
e luxo virou o seu desejo. O Lucro levou a tomar conta de outras
terras, da riqueza de outros.
A febre da ambição
entrou na cabeça do homem moderno.
Os antigos dizem
que esta mentalidade materialista é loucura e vai destruir o mundo.
A poluição que chegou às florestas, mata as árvores. A que caiu
nos rios, mata os peixes. A que penetrou nas cidades, o vento leva-a
para todo o lado.
Rebate-se
este conhecimento chamando-lhe “crença
religiosa”.
O contraponto é atirar-se com “ciência
moderna”.
Mas o que é o
conhecimento cientifico? Uma ciência sem espírito, uma visão
quantitativa e superficial dos fenómenos assente numa tecnologia,
mas sem a profundidade do conhecimento espiritual tradicional.
Foi cortada, assim,
a ligação entre a Natureza e o Invisível.
Transformamo-la num
objecto de consumo, numa matéria-prima para produção de
mercadorias.
Daí a crise
ecológica que se vive. O Mundo está cansado. As verdades
espirituais deram lugar às leis económicas.
Discriminou-se a
liberdade, a igualdade e a fraternidade.
Escureceu-se a
visão espiritual do homem. Um cérebro, uma barriga com muita fome e
uma cabeça onde só funcionam o pensamento e as sensações.
A mentalidade do
racionalismo vê o mundo como matéria, mas sem mente. A razão só
trabalha correctamente quando é orientada pela sabedoria, que mora
no cérebro e no coração.
As verdades
espirituais sempre estiveram na raiz da Humanidade.
E a Cultura, é o
alicerce da sabedoria.
A Igreja Católica
deveria combater as chagas do sofrimento da mente, criadas pela
cobiça, pelo ódio e pela ignorância.
Este o seu papel
primordial, do qual se afastou ou simplesmente aceitou ignorá-lo.
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