Resistir, por vezes, é olhar o passado (16º ciclo)
O
segundo, o Trabalho, gere-se pela oferta de emprego, desemprego
existente e o salário real e, este ultimo, depende do preço e dos
custos do momento.
A
teoria Keynesiana aceita que o emprego só cresce perante a
diminuição do salário real, considerando que mais emprego
significa menos rendimento, logo, para manter o equilíbrio de
custos, os salários têm de descer.
Essa
teoria tem de dar lugar à realidade de hoje. Tem de se equilibrar o
rendimento através da inovação de processos, que diminuam custos.
E
a inovação que actue sobre os custos dá origem a mais emprego e ao
crescimento do salário real.
O
Trabalhador tem família, a educação dos filhos, débitos a saldar,
status social e económico. Com a inovação de processos dando lugar
ao crescimento do salário, a luta de classe desaparece da equação.
A
teoria neoclássica que preconiza: “para emprego crescer salários
devem baixar” é contrária, nos dias de hoje, às aspirações do
trabalhador.
Assim,
rompe-se a cadeia pelo lado do trabalho, os rendimentos descem, o
capitalista recua nas decisões de investimento, a economia regride.
A
gestão das expectativas é igualmente importante. Se o capitalista
souber que é expectável uma subida de salários, ele antecipa
investimentos e consumo. Pelo contrário, se expectar descida
salarial, adia investimentos e consumo, que leva, em última análise,
à oferta de melhores condições de remuneração.
E
a luta de classes mantém-se fora do baralho.
Por
último, a especulação é um fenómeno cada vez mais a ter em
conta. Uma baixa salarial, diminui a necessidade de circulação de
moeda, perante mercadorias mais baratas. O que faz, no mercado da
especulação, fazer crescer a oferta de moeda a juros menores e ao
aumento dos investimentos. Seria bom para o empresário, mas gerem
potenciais disputas com o trabalho que provocam expectativas
negativas.
Neste
ciclo, de novo, o capital retrai-se, a economia regride.
Uma
descida de salários, para garantir uma diminuição de preços, é
bom para os credores. Mas negativa para os devedores, pois vão obter
menos receitas nas suas vendas. Pode haver falências, diminuição
de investimento, a economia regride.
O
papel do Estado deve ser criar regras claras, vigiar a sua aplicação,
punir e elogiar. Na essência, deve-se limitar à sua função social
e alguns projectos reestruturantes. Não afastemos o
Estado-providencia que deve manter o
direito, inalienável, do Homem de ser protegido por políticas com
intuito do apoio social e, sobretudo, centradas nas suas carências
de vida digna.
Projectos
de grandes dimensões que tragam efeitos reprodutivos à vida da
comunidade.
A
teoria neoliberal que afirma, os “mercados tudo regulariza”, tem
os dias contados na consciência dos homens livres. Porque os
mercados são o dinheiro e este, se sempre foi a mola do
desenvolvimento é também o motor da discórdia.
Comentários