Resistir, por vezes, é olhar o passado (13º ciclo)

 
Senão veja-se o que nos trouxe à realidade de hoje:
1945.
A instabilidade social iniciada no século XIX durara até meados do Século XX. A guerra acabara e com ela milhões de mortes a lamentar e traumas incalculáveis para a humanidade.
Na altura, os homens responsáveis pela politica ocidental acharam que a união económica dos estados, até aí desavindos, seria a melhor forma de os sentarem à mesma mesa, a da Fartura.
Dito de outra forma, que as discórdias politicas e económicas passassem a ser dirimidas à mesa das conversações e, para a convergência, ela deve ser tentada à mesa das refeições, onde a barriga farta dita boas soluções. E nada melhor que discutir os ganhos comungando todos neles.
1951.
Nasceu a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço. Juntando, exactamente, os países europeus desavindo na guerra, França, Alemanha Ocidental, Itália, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo. Transferem alguns direitos de soberania.
Dois anos antes criara-se a NATO, uma ligação militar do ocidente que deveria fazer face às teses do expansionismo soviético.
Do outro lado, a Rússia, que criara a Cortina de Ferro com todos os países anexados durante a Guerra, respondeu com o Pacto de Varsóvia, em 1955. Igual desígnio motivou a sua nascença, em sinal contrário.
A História demonstra que a união militar dos países de leste teve mais a ver com a repressão de revoltas internas do universo URSS.
Tinham-se deixado para trás 11 milhões de mortes por genocídio.
Mas nasceu a Guerra Fria. Um período de tensão permanente entre Ocidente e Leste. Foi um tempo de teste às capacidades retóricas dos dois lados em confronto. Na prática, nunca passou disso. O poder militar em presença era tal que, uma confrontação no campo da batalha, ameaçaria a vida das duas partes. Uma outra guerra não traria ao mundo mais do que a exterminação do Homem.
Todos entenderam.
Mas, a evolução politica nos países de leste, até ao final da década de 80, determinou a queda do regime comunista da URSS.
O muro de Berlim caiu. A Alemanha unificou-se.
A cooperação passou a ser o lema de todos.
A mesa da Fartura alargava-se.
No inicio dos anos 90, o mundo em globalização entrou em euforia.
O Planeta admitiu que, com a queda da URSS, o tempo deixara de ser de confronto ideológico e, muito menos, militar. Todos se canalizaram para a descoberta da Internet, da comunicação fácil e na hora.
O momento adequado para revitalizar o tempo da Fartura.
As forças em presença passam-se a medir pela capacidade económica, os Estados Unidos, por um lado, uma última potencia militar e a União Europeia, sempre dada a poucos voos, o velho continente de altos parâmetros de evolução social, por outro, os países chamados emergentes, pelo seu estágio de desenvolvimento económico – China, Índia, Brasil e Rússia, esta expurgada do seu poderio militar.
Foi uma vertigem global. Que só parou em 2008.
O Dinheiro discute as regras politicas porque quer multiplicar-se. Destrói economias para financiar a sua recuperação, ganhando vezes sem conta.
Insaciável.
Mantém os investidores sempre querendo mais, procurando alvos cada vez mais qualificados e maiores. A ganancia do lucro está na génese desta actuação.


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