Resistir, por vezes, é olhar o passado (12º ciclo)
As
teorias económicas pós-Marx:
As
teorias de Marx foram revistas por Bernstein, um social democrata
alemão, que propôs trocar a revolução pela reforma, sepultando a
ditadura do proletariado preconizada e substituindo-a pela democracia
parlamentar.
A
do americano Schumpeter, preconizava estimular o empreendorismo e a
inovação, como ondas de prosperidade. O progresso dependia desses
vanguardismos.
Mas
as crises continuaram a surgir. Com elas as falências e o
desemprego. Como não havia como evitá-las, Schumpeter dizia que
este comportamento da economia era cíclico, gerava sempre um período
ruim e quase sempre inflacionista.
A
crise de 1929, porque demorada e estrondosamente mais gravosa para a
economia do planeta, fez surgir a Teoria de Keynes. O inicio de uma
crise determinava a recusa dos capitalistas a mais investimento
porque não potenciavam lucros a curto prazo. O capitalista é um
animal que só vê o lucro e quando o não admite, pára e
resguarda-se até que o ciclo recessivo se conclua. Aqui deveria
surgir o Estado fazendo crescer a economia, através de grande obras
– autoestradas, pontes, ginásios, represas – evitando o
desemprego latente, criando-se um cenário optimista que originava um
novo surto de desenvolvimento através dos capitalistas privados.
Milton
Friedman e outros, condenaram Keynes mas, entre os anos 30 e 60 a
teoria Keynesiana funcionou e a ela é devida a prosperidade dos EUA
e Europa.
Mas
o Estado falhou na sua tarefa.
Os
governos ocidentais, adaptaram-se às teorias Keyneanas para suprir
os momentos maus da economia privada, os momentos em que o investidor
preferia deixar o seu dinheiro nos bancos a arriscar em
circunstancias mal definidas e sem garantias de lucro certo no futuro
próximo.
Mas
daí nasceram os deficits dos Estados ao injectar as tais necessárias
obras revitalizadoras da economia. A má gestão da coisa publica
aliada à ganancia do homem em querer mais poder, perpetuando-o,
determinou – muitas vezes - o esquecimento das regras de
funcionamento das aplicações financeiras.
E
os deficits dispararam.
O
crescimento da população mundial, o desejo de se viver melhor, a
constante ideia que o estado-social a tudo deve acorrer, motivou o
crescimento desmesurado da divida – hoje chamada divida
soberana.
O
medo instalado – prudente, à partida – na consciência politica
dos decisores fez nascer a supervisão por grandes mestres na
sabedoria das regras do mercado moderno – leia-se
dinheiro/investidores – a quem se pagam fortunas para opinar e,
eventualmente, maldizer sobre acções politicas a implementar ou
implementadas e que a supervisão poderá/deverá ter uma palavra de
aconselhamento de risco.
Daqui
ao passo seguinte foi rápido constatar que se estava entregando o
ouro ao bandido, ou seja, a supervisão do lucro ao dinheiro.
Os
políticos passaram a dormir mais descansados, tinham a quem pedir
contas e eles nunca seriam penalizados pelos eleitores. Era o
perfeito bode expiatório, para mais a quem pagavam e portanto
ser-lhes-ia exigida fidelidade.
A
supremacia do euro, entretanto nascido, trouxe uma guerra previsível
com o dólar, até então a moeda única predominante no mundo,
entretanto globalizado.
Note-se
o facto das agências de supervisão serem americanas.
Nasce,
a dicotomia euro-dólar.
Não
se trata de uma guerra entre moedas, mas sim uma maneira de ganhar
mais dinheiro, mais influencia, logo, mais poder.
Comentários