Resistir, por vezes, é olhar o passado (2º ciclo)


1945.
A instabilidade social iniciada no século XIX durara até meados do Século XX. A guerra acabara e com ela milhões de mortes a lamentar e traumas incalculáveis para a humanidade.
Na altura, os homens responsáveis pela politica ocidental acharam que a união económica dos estados, até aí desavindos, seria a melhor forma de os sentarem à mesma mesa, a da Fartura.
Dito de outra forma, que as discórdias politicas e económicas passassem a ser dirimidas à mesa das conversações e, se desejamos convergência, ela deve ser feita à mesa das refeições, onde a barriga aconchegada dita as melhores soluções. E nada melhor que discutir os ganhos comungando todos neles.
1951.
Nasceu a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço. Juntando, exactamente, os países europeus desavindo na guerra, França, Alemanha Ocidental, Itália, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo.
Dois anos antes criara-se a NATO, uma ligação militar do ocidente que deveria fazer face às teses do expansionismo soviético.
O outro lado, a Russia, respondeu com o Pacto de Varsóvia, em 1955. Igual desígnio motivou a sua nascença, em sinal contrário.
A História demonstra que a união militar dos países de leste teve mais a ver com a repressão de revoltas internas do universo URSS.
Mas nasceu a Guerra Fria. Um período de tensão permanente entre Ocidente e Leste. Foi um teste às capacidades retóricas dos dois lados em confronto. Na prática, nunca passou disso. O poder militar em presença era tal que ameaçava a vida de todos. Uma outra guerra não traria ao mundo mais do que a exterminação do Homem.
Todos entenderam.
A evolução politica nos países de leste na década de 80 determinou a queda do regime comunista na URSS.
A cooperação passou a ser o lema de todos.
A mesa da Fartura alargava-se.
No inicio dos anos 90, o mundo, em globalização, entrou em euforia.
O Planeta admitiu que, com a queda da URSS, o tempo deixara de ser de confronto ideológico e militar. Todos se canalizaram para a descoberta da internet, da comunicação fácil e na hora.
Renascia o tempo de mais Fartura.
As forças em presença passam a medir-se pela capacidade económica, os Estados Unidos, por um lado, uma velha potencia militar em declínio – a motivação estagnara com a queda do império russo – e os países chamados emergentes, pelo seu estágio de grande desenvolvimento económico – China, Índia, Brasil e Rússia.
Foi uma vertigem global. Que só parou em 2008.

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