Resistir, por vezes, é olhar o passado (1º ciclo)
1918/1939
As
décadas entre as duas Grandes Guerras tinham produzido grandes
transformações, os interesses dos grandes estados europeus foram
sendo estabelecidos. Alemanha fez e desfez pactos, com a China,
Japão, Rússia, sempre procurando limitar os estragos que a I Grande
Guerra impusera, desenvolvendo estratégias alicerçadas numa
cooperação de interesses mútuos. Foi a troca de conhecimentos por
matérias-primas. Fornecia-se a China com armamento e poderio militar
para estes susterem os avanços do Japão. A Alemanha, limitada como
produtora industrial pelo Tratado de Versalhes, olhou aquele país
como o parceiro estratégico a quem poderia ensinar e onde produzir
armamento. Chiang-Kai-shek, por sua vez, olhava a Alemanha como país
a imitar perante os benefícios alcançados com a Reunificação do
Império, no século anterior, que levou a Prússia, o estado alemão
mais industrializado, a sucessivas guerras com os vizinhos, Áustria,
Dinamarca e França, concluindo a desejada convergência dos estados
alemãs, com o II Reich.
Esta
reunificação foi o esteio para a I Grande Guerra.
O
seu fim trouxe um período de enorme prosperidade aos Estados Unidos
da América, por força dos empréstimos sobre empréstimos
realizados aos países europeus para a recuperação. Uma época de
euforia no continente americano.
Nasceu
o “self-made-man” e o ideal de vida americano, a ilusão do
dinheiro fácil, a febre de consumo dos bens produtivos
industrializados. Neste sonho americano especulava-se,
sobrevalorizavam-se papeis. A Europa ia crescendo e cada vez menos
precisava dos americanos. Estes aguentavam-se com baixos salários e
crescente miséria. O crash bolsista de 1929 soltou as amarras e a
América exportou para a Europa a sua crise. Tudo o que sucedeu nas
décadas seguintes, em termos políticos, fez desencadear a II Grande
Guerra.
1937.
Enquanto
se descobria o desporto, os banhos de sol, os veraneios à beira mar,
se apreciava a moda mais ousada dos saiotes de praia, das cavas que
aumentavam ou dos decotes até à cintura, viveu-se a época mais
sangrenta de toda a história mundial, Hitler e o genocídio judeu,
e a Guerra Civil de Espanha. Um período que se iniciou com a Grande
Depressão, de 1929, nos Estados Unidos, se estendeu a todos os
regimes capitalistas na Europa, onde sobressaíram milhões de
desempregados, 17 nos EUA, 6 na Alemanha e 3 em Inglaterra, o
surgimento de inúmeros problemas sociais, a corrida ao armamento,
regimes populistas e ditaduras conservadoras e provocou a ascensão
em força, sobretudo, do regime comunista. Este nada sofrera com o
abalo económico da crise americana, logo fez surgir a bandeira de um
regime seguro que funcionava e não apenas e só um credo
revolucionário.
Em
Portugal, Salazar como Ministro interino das Colónias fazia o seu
percurso que o levaria a líder incontestado da Nação, como
defensor do império colonial.
1941.
A
guerra estava no seu auge, a Rússia acabara de se juntar aos
denominados Aliados ocidentais, Inglaterra, França e Estados Unidos.
O pacto nazi-soviético caíra com estrondo com o início da Operação
Barbarossa. Hitler tinha proposto e assinado um pacto de não
agressão com a Rússia mas, em Dezembro de 1940, havia-o quebrado
com a invasão surpresa da parte europeia do território soviético.
A Operação Barbarossa acabou com 250.000 mortos na parte alemã,
800.000 russos, 3 milhões e meio de feridos e outro igual número de
prisioneiros.
Este
ano ficou na memória da humanidade pelo uso do Ciclone-B, um gás
mortífero que, a 3 de Setembro, foi experimentado pela primeira vez
no campo de concentração de Auschwitz, causando a morte por
asfixia, de uma só vez, a mais de 600 prisioneiros judeus.
1945.
A
guerra acabara. A instabilidade durara assim até meados do Século
XX.
Na
altura, os homens responsáveis pela politica ocidental acharam que a
união económica dos estados, até lá desavindos, seria a melhor
forma de os sentarem à mesma mesa, a da fartura.
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