Episódio 12.
Fui
buscá-los à estação de comboio com um certo, melhor, um grande
receio.
Esperava-os
na gare, um pouco longe da plataforma onde o trem pararia. Olhar de
longe sempre foi uma forma de me defender.
Vi
sair os quatro da segunda carruagem da frente. Uma sensação de
surpresa aguardava-me, Maria, tomara o nome da mãe, a mais velha,
estava uma mulher, 17 anos – tivera o cuidado de relembrar a data
do seu nascimento. Olhando-a melhor, observei a sua desfasada maneira
de vestir, contestatária parecia-me, calções de ganga rotas,
t-shirt preta com uma bicho amarelo e esquisito sobre o peito, cabelo
com madeixas cor de rosa, brincos enormes e piercing no nariz. “Meu
Deus, como nos vamos entender?”.
Mirei
os outros três, mais duas raparigas e um rapaz. Rapidamente, lembrei
as suas idades, 15,14 e 10 anos. “Como
vou aguentar este confronto?”.
Carlos
corria à frente das raparigas. Vislumbrara-me ao longe. “Será
que corre para me abraçar? Efectivamente,
só parou agachado às minhas pernas. Como tenho um pouco mais de um
metro e oitenta de altura a cabeça de Carlos dava pela cintura.
Fiz
a medo uma pequena festa nos seus cabelos longos, de uma interessante
cor de amêndoa.
(segue-se novo episódio. Aguarde)
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