Hoje, viver é resistir (2)
Será
possível ainda ninguém, até hoje, ter aprendido a lição da
democracia?
A
teoria neoliberal que afirma, os “mercados tudo regulariza”, tem
os dias contados na consciência dos homens livres.
É
consensual o apontar do dedo aos mercados financeiros quando se
pretende culpabilizar a crise de expectativas que hoje se vive.
Porquê?
Porque
o dinheiro sempre foi a mola do desenvolvimento e da discórdia.
Mas
não basta olhar a Grécia e as suas tendências de voto, há que
olhar mais atrás, às causas das discórdias que levaram ao
aparecimento das grandes perturbações do Século XX, para se
perceberem as causas dos colapsos dos equilíbrios sociais e
políticos, ou seja, a quebra de consenso entre o Estado, Patrões e
Sindicatos que levaram a cortes sociais e enorme desemprego.
A
democracia liberal é esmagada pelos extremos e radicalismos. Apesar
de ter sido uma lição aos políticos, é o caso da Grécia.
No
passado, se apareceram movimentos nazis e tudo o que daí surgiu de
malefícios, também nasceu a democracia-social, responsável pelos
anos de desenvolvimento da Europa.
Há
muita demagogia nas análises e nos comportamentos.
Quando
se perceberá que as regras a adoptar no futuro próximo deverão
estar centradas na dinamização dos Mercados Internos – dar
capacidade de vida aos cidadãos – usar a divida pública só para
investimentos reprodutivos – olhe-se os muitos investimentos
autárquicos que hoje pesam nos desequilíbrios das contas e não
repercutem desenvolvimento económico – uma política fiscal que
permita e dinamize novas ideias e consequentes empresas e, por
último, flexibilidade laboral?
Alie-se
a estas regras uma Justiça célere e teremos capacidade de
competição global.
As
nossas micro-empresas – 95% do novo tecido económico –
agradecerão e com elas o País.
São
estas as condições que os Mercados Emergentes, de hoje, impuseram
para o seu crescimento.
A
copiar, que o façamos perante exemplos sólidos!
Não
empurremos os cidadãos para o desespero de quem se vê excluído das
decisões, não afastemos o Estado-providencia que mantenha o
direito, inalienável, do Homem de ser protegido por políticas com
intuito do apoio social e, sobretudo, centradas nas suas carências
de vida digna.
Não se acrescentem
justificações para que se enriqueça com trapaças financeiras de
todo o género, dinheiros que se lavam com financiamentos ilegítimos
de partidos políticos, autarcas que esquecem a sua missão de
serviço, funcionários públicos que se tentam pela fraude,
empresários que explorem os trabalhadores com salários de miséria,
ou agentes dos serviços secretos que pensam que o mundo deve girar à
base dos seus sonhos.
Na vida, com esses,
mistura-se
gente inocente que paga caro a má arte de governar, exercida por
políticos que não entendem que o terrorismo, em todos os seus
exemplos, existe porque não há soluções satisfatórias para este
mundo globalizado, onde a miséria grassa ao lado de gente que
esbanja e enche caixotes de luxo.
No final, talvez a
justiça se faça, os culpados sejam apontados, mas haverá muitos
inocentes que sofrerão com a miséria que se ergueu.
Os erros da humanidade,
na História, sempre de pagaram caros e, mais tarde ou mais cedo,
descobre-se que o povo é capaz de pensar nas melhores soluções
mas... não é ouvido.
É
a vida... nos dias de hoje!
Mas...
gostaria que não fosse!
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