Hoje, viver é resistir


I – Estão lançados os dados para a economia de subsistência em Portugal.
Assinou-se o pacto e agora virá a Lei que instituirá o “desespero dos desempregados contra os aterrorizados com emprego”. A frase, de um conhecido articulista, reduz os problemas da economia à portuguesa a um simples factor – o Trabalho – e à dolorosa conclusão que os nossos bens principais são o salário de miséria e o desespero do desemprego.
Assim ficou instituído o “compromisso para a Competitividade e Crescimento” - frase do nosso Ministro da Economia.
Como estão enganados!
Como se criaram as bases para a discórdia global das forças de trabalho!
Como o futuro vai ser de subsistência!
II - “Antes o mal inevitável em paz do que a guerra em troca de coisa nenhuma” - é outra das frases de uma conhecida economista.
É verdade que quase, quase tudo o que hoje se reestrutura em Portugal está em letra de “obrigação” no texto do Acordo com a Troika.
Por isso, diz-se “louvável” a posição da UGT ao assinar mais um documento punitivo das condições de vida das empresas – preservar a paz, quando se advinha uma guerra social sem futuro – o que torna aceitável, segundo o dirigente máximo daquela central sindical, “não foi o que conseguiu para os trabalhadores mas sim o que evitou que pudesse acontecer”.
Como está estreita a estrada por onde o País se vai arrastando!
III - “Uma grande frustração colectiva tem sempre bode expiatório”.
Mais outra frase de grande eloquência proferida, também, por um jornalista que nos habitou ao seu raciocínio lógico e ponderado. Considera que João Proença, o líder da UGT, a curto prazo pode ser o tal bode expiatório das frustrações dum PS desentendido consigo próprio e um PSD de força legitimada, juntos numa central sindical sempre cheia de contradições. Avizinha-se luta pelo poder sindical e, com ela, mais divisão entre os trabalhadores.
Claro, porque acordos com tamanha desigualdade, a prazo, são perigosos para a sustentabilidade das relações laborais.
A nossa dependência, em absoluto das “gentes” que nos emprestaram dinheiro, não nos dá azo a viver calmamente nem nos augura futuro sem resistência.  
IV - “Os tachos e o poder”.
Cada vez mais há casos de nomeações politicas que não o são.
Admirados? Antes era a dança das cadeiras, saíam os boys do governo derrotado, entravam os boys da cor vencedora. Hoje, a subtileza é outra, os privados convidam os boys.
Assim, fica mais bem patente a promiscuidade do publico/privado e a forma de os boys perdurarem nos lugares chaves das decisões empresariais, principalmente deixando intacto o modo de clicar num numero de telemóvel directo ao correlegionário mais próximo no corredor do poder.  
Subtilezas dos dias de hoje!
V - “Cada vez mais estamos em barcos separados e eles cada vez mais distantes”.
Outra frase que fará história.
O que nos leva ao âmago da questão. A pobreza do trabalhador nunca será factor de competitividade, leva, sim, mais dinheiro aos lucros e mais tributos fiscais para o Estado comilão. E a elite queixa-se de não conseguir manter as despesas com uma mensalidade de 12 mil euros. Por favor, Sr. Presidente!
Com um equilíbrio destes não há igualdade que nos salve!
VI - “A China, o dinheiro e o poder”.
A China para Portugal, hoje, é o Messias esperado há muito. Por cada atitude de um qualquer representante desse grande e longínquo país sonhamos com os milhões que nos hão-de salvar, por compra da divida portuguesa, no tempo do anterior governo, ou para comprar empresas que se estão a afundar. Espertos são eles, até agora só compraram a EDP, uma empresa milionária e, claro, a invasão pacifica das mega-lojas e dos seus submissos donos.
VII - “Anadia na continuidade”.
Por cá, continua-se a pensar em edificar obra nova, manter o PDM em “estágio” e apenas uma novidade, a pagar facturas de almoços camarários, em divida aos restaurantes de leitão, de 2010 e 2011.
Os nossos políticos caseiros comem caro e são privilegiados. Só pagam as contas dois anos depois, quando o comum dos mortais desembolsa no imediato. Assim, muitos ultrapassariam a crise sem sentirem o vazio do estômago.
É assim que vai a politica!
Não são estes os Sinais dos tempos?

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