Fusões em Municípios e Freguesias





Como sabem, fui convidado a apreciar o panorama económico e financeiros de alguns Municípios da região.
Uma tarefa que, ao principio, me fez tremer pensando nas consequências de uma análise aligeirada, como jornalisticamente se impunha, e que poderia ferir susceptibilidades de Autarcas.
Como, aliás, aconteceu.
Superei a dificuldade com a enormidade do desafio e eu... nunca fujo a desafios.
Nesta tiragem do Jornal saiu também a minha conclusão sobre o trabalho.
Se os leitores quiserem ter a bondade de ler a página referida verão os males de que padecem os nossos Municípios e, consequentemente, os nossos Autarcas.
O esforço e o mérito da sua actuação, na generalidade, nunca a poria em causa, até porque há efectiva abnegação na contenda.
No entanto, as opções criticáveis teriam de ser expostas.
A primeira, transversal a todos os Municípios, é sobre a postura das Autarquias perante a crise que nos assolou em 2008.
Recordo as eleições de 2009 e o perfil que achava, então, adequado para qualquer cidadão que concorresse às autarquias: sensibilidade social e adepto da solidariedade, pois dias muito difíceis estavam para bater às portas das famílias em Portugal, e que deveriam abster-se de fazer o que mais gostam, edificar obra em betão, mas sim olhar os seus concidadãos e apoia-los nas dificuldades.
Ninguém ouviu as minhas palavras e obra continuou a ser erguida e os quadros que mostrei ao longo das semanas evidenciam um profundo esquecimento das acções sociais.
O outro lado da questão, eterna porque nunca resolvida, é o dinheiro, os deficits crónicos, o branqueamento que o próprio Governo, que deveria fiscalizar, ajuda a manter.
O que vai acontecer aos Municípios desta região?
No trabalho que efectuei, não quis avançar com decisões que competem aos políticos profissionais.
Aqui, cobrindo-me com a manta de analista politico, avanço um pouco mais.
Aveiro está sem viabilidade financeira. Mas como capital de Distrito a única solução é o Governo cobrir as dívidas, iniciando-se uma era em que se terá de manter Custos da actividade em consonância com os Proveitos realizados, ou seja, não viver acima das possibilidades.
Os outros Municípios aguentam-se se souberem equilibrar os prejuízos da actividade, que por vezes são negativos.
Todos, com excepção da Mealhada, aprendam, entretanto, a prever o que não conseguem transformar em receita!
Será que o Governo avança para fusões?
A área e o numero de habitantes mostram essa necessidade.
Mas querem uma aposta?
Politicamente, não vão ter coragem para fazer isso. A prova é que fala-se muito em fusão de Freguesias e já calaram o assunto dos Municípios.
Iremos entrar em Associativismo Camarário.
Sabem o que é isso?
Mais gente a discutir as decisões com cada um puxando para o seu bairrismo.
Vai ser edificante! E nós, a vermos...

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