Soluções?

Quatro premissas:

1. Investigação e Desenvolvimento

2. Educação

3. Formação profissional

4. Gestão qualificada

São as chaves do desenvolvimento e da sustentabilidade.

Os indicadores nacionais dos últimos anos apontam para uma melhoria significativa nos três primeiros.

Em Investigação e Desenvolvimento, partimos de 0,7% há uma década e hoje temos 1,71% do PIB, um numero que nos pode orgulhar na comparação com os nossos parceiros europeus. Continuidade e persistência deve ser o lema dos próximos anos.

Na Educação, todos realçam o grande salto das estatísticas. Só a Suécia nos bate em número de doutorados. De 2000, em que eram 11% os jovens adultos entre 30 e 34 anos que tinham um canudo, hoje, são 21%. Será de continuar, a Europa quer chegar aos 40% em 2020.

Na Formação Profissional há muito esforço, dada o nossa continuada fragilidade na qualificação da mão-se-obra. O mal são os 75% da população activa com apenas nove anos de escolaridade. Só o tempo e a próxima geração de gente crescida pode alterar o panorama.

A Gestão é o grande problema. A falta de instrução é a característica negativa da grande maioria do povo português. É esta a causa que vai contribuir decisivamente para a dificuldade na recuperação dos nossos males intrínsecos.

Os nossos empresários PMEs não sabem como sair da estagnação ou encontrar meios de aumentar a produtividade dos seus negócios, isto é, consolidar a estrutura empresarial ganhando dinheiro e sustentabilidade.

O chavão, “no estrangeiro, um trabalhador português é altamente produtivo, porque não aqui?”

A resposta: Porque está mal enquadrado nas empresas portuguesas. A gestão não dinamiza a sua capacidade de trabalho.

Claro que há muitas razões para isso e todos as sabemos, mal pago, pouca aptidão ao seu posto de trabalho, fraco rendimento em equipa, incapacidade financeira da empresa, mercado mal estruturado, má organização das encomendas.

Os gestores, por outro lado, batem-se com as tradicionais deficiências do mercado, fragilidade do capital investido, este representando uma pressão continua nos negócios, liquidez reduzida, aliada a um sistema financeiro sem condições para assumir riscos, permanente medo que lhe caiam em cima as responsabilidades de avalista assumidas perante bancos sempre sedentos de garantias, etc.

As causas são muitas mas nenhuma apresenta razão válida para a situação vivida.

Na minha actividade de consultor sempre encontrei respostas destas: “Tenho a quarta classe, faço o que posso para manter os postos de trabalho”.

Não é assim que lá vamos...

A primeira obrigação do gestor é saber-fazer.

Para isso, fortifique-se com formação adequada. Seja assertivo e criativo.

O negócio passa pelo bom conhecimento dos seus clientes, da sua capacidade de produção, dos seus fornecedores, dos seus operários, do seu poder financeiro.

Por outras palavras, organização e trabalho de equipe.

Exemplo: Numa encomenda, que tenha um prazo de recebimento alargado e pagamentos antecipados, há que estudar o Fundo de Maneio Adicional que o negócio comporta.

O que é o Fundo de Maneio Adicional?

Imagine que há 78 dias entre as compras, a produção e a entrega da encomenda, depois recebe do cliente só após 96 dias, no entanto pagou aos fornecedores a 82 dias. Aplique esta simples conta: 78 + 96 – 82= 91.

Sabe o que são os 91?

Os dias que tem de cobrir com capital adicional do Cash-Flow. Ou seja, por cada 10.000 € que vende nessas circunstancias tem de ter 2.502 € (1) a mais no seu Fundo de Maneio para aguentar a sua estrutura financeira sem limitar o poder financeiro das encomendas que se seguem na produção.

Para a próxima, dou-lhes mais dicas.

Até lá, pensem na vossa organização e o quanto têm de fazer por ela.

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